Guia Completo para Regularizar um Imóvel com Documentação Irregular

Por que muitos imóveis têm documentação irregular

, é muito comum encontrar imóveis com algum tipo de irregularidade documental. Entre os principais motivos estão a informalidade nas transações, falta de conhecimento sobre os trâmites legais, heranças não regularizadas e construções realizadas sem o devido acompanhamento técnico e legal. Muitas vezes, o imóvel é passado de geração em geração sem escritura registrada, ou adquirido por meio de contratos de gaveta, o que acaba comprometendo sua regularização formal.

Essa realidade afeta imóveis urbanos e rurais, de todos os tipos e tamanhos, e impede que os proprietários usufruam plenamente de seus direitos sobre o bem, como vender, alugar ou até mesmo financiar.

Riscos e consequências legais de manter um imóvel irregular

Manter um imóvel com documentação irregular pode gerar uma série de problemas. O principal deles é a insegurança jurídica: sem registro em cartório, o proprietário não tem a posse reconhecida oficialmente, o que pode resultar em disputas judiciais. Além disso, imóveis irregulares não podem ser financiados, o que reduz significativamente sua liquidez e valor de mercado.

Também existem riscos tributários, como débitos acumulados de IPTU ou taxas municipais, além da possibilidade de multas e embargos caso a construção esteja fora dos padrões exigidos pela legislação urbanística. Em casos mais graves, o imóvel pode até ser alvo de demolição ou desapropriação.

Objetivo do artigo e como ele pode ajudar o leitor

Este artigo foi criado para ajudar você a entender e resolver a situação documental do seu imóvel. Aqui, vamos apresentar um passo a passo prático e acessível para identificar o tipo de irregularidade, entender os riscos envolvidos e iniciar o processo de regularização da forma correta.

Seja o seu caso um imóvel herdado, adquirido informalmente ou com obras não averbadas, este guia completo vai esclarecer dúvidas comuns e orientar o melhor caminho para regularizar sua propriedade e garantir tranquilidade jurídica e valorização patrimonial.

O que é um Imóvel com Documentação Irregular?

Conceito de irregularidade imobiliária

Um imóvel com documentação irregular é aquele que, por algum motivo, não possui todos os registros e documentos exigidos por lei para ser considerado legalmente regularizado. Em termos simples, trata-se de uma propriedade que apresenta falhas ou ausência de registros no cartório de imóveis, na prefeitura ou em outros órgãos competentes.

Essas irregularidades podem impedir o reconhecimento oficial da propriedade, dificultando sua venda, financiamento, inventário ou uso legal. Mesmo que o imóvel esteja fisicamente ocupado e utilizado, se não estiver formalmente registrado e em conformidade com a legislação, ele será considerado irregular.

Exemplos comuns: ausência de registro, escritura incompleta, construções não averbadas

As irregularidades documentais mais comuns incluem:

Ausência de registro no cartório de imóveis: quando a escritura foi feita, mas nunca registrada, o que impede o reconhecimento da propriedade.

Falta de escritura pública: em muitos casos, o imóvel foi adquirido por meio de contrato de gaveta ou informal, sem a lavratura de uma escritura em cartório.

Construções não averbadas: ampliações, reformas ou construções feitas sem autorização da prefeitura e que não constam na matrícula do imóvel.

Cadastro desatualizado na prefeitura: divergências entre a planta aprovada e a construção real, ou ausência de habite-se (documento que comprova que a obra foi concluída conforme as exigências legais).

Imóveis oriundos de heranças não inventariadas: bens deixados por falecidos que não passaram pelo processo legal de inventário, permanecendo em nome do antigo proprietário.

Essas situações, isoladas ou combinadas, caracterizam a irregularidade e exigem providências específicas para sua regularização.

Diferença entre posse e propriedade

Um ponto essencial ao tratar de imóveis irregulares é entender a diferença entre posse e propriedade.

Posse é o uso de fato do imóvel, mesmo sem ter o registro formal. A pessoa que mora, utiliza e mantém o imóvel pode ser considerada possuidora.

Propriedade, por outro lado, é o direito reconhecido oficialmente, comprovado por meio do registro da escritura no Cartório de Registro de Imóveis.

Ou seja, ter a posse não significa ter a propriedade legal do imóvel. E é exatamente essa distinção que causa problemas quando se pretende vender, transferir ou regularizar o bem.

Regularizar a documentação é o caminho para transformar a posse em propriedade, garantindo todos os direitos legais sobre o imóvel.

Principais Causas da Irregularidade

A irregularidade documental de um imóvel pode ter diversas origens, e conhecer essas causas é essencial para entender o problema e encontrar a melhor forma de solucioná-lo. Nesta seção, destacamos as principais razões pelas quais muitos imóveis no Brasil acabam em situação irregular.

Falta de registro no Cartório de Imóveis

A falta de registro é uma das irregularidades mais comuns. Mesmo que exista uma escritura pública lavrada em cartório, ela só tem validade jurídica plena após ser registrada no Cartório de Registro de Imóveis. Sem esse passo, o comprador não é considerado o proprietário legal do bem.

Essa falha pode ocorrer por desconhecimento, descuido ou até mesmo por tentativa de economizar custos cartoriais. No entanto, ela compromete a segurança jurídica da transação e impede o uso do imóvel como garantia em financiamentos ou sua venda formal.

Inventários não finalizados ou inexistentes

Quando o proprietário de um imóvel falece, seus bens precisam passar por um processo de inventário para que os herdeiros possam assumir legalmente a propriedade. Muitos imóveis permanecem em nome de pessoas falecidas por anos, seja por falta de consenso entre os herdeiros, ausência de recursos para o processo ou simples desinformação.

Enquanto o inventário não for concluído e o imóvel registrado em nome dos novos proprietários, ele continua em situação irregular, dificultando qualquer transação ou regularização.

Construções sem alvará ou sem habite-se

Construir sem seguir os trâmites legais junto à prefeitura é outra causa frequente de irregularidade. Imóveis erguidos sem alvará de construção ou que não obtiveram o habite-se — documento que atesta a conformidade da obra com as exigências legais — não podem ser regularizados no cartório.

Além disso, ampliações e reformas que não foram informadas ou aprovadas pelos órgãos públicos competentes também contribuem para a irregularidade, especialmente quando não são averbadas na matrícula do imóvel.

Compra e venda informal (contrato de gaveta)

Muitos imóveis são negociados por meio de contratos particulares, os chamados contratos de gaveta, sem a lavratura de escritura pública nem registro em cartório. Esse tipo de transação não garante o direito de propriedade ao comprador e pode gerar sérios conflitos no futuro, especialmente em casos de falecimento do vendedor, dívidas vinculadas ao imóvel ou disputas judiciais.

Embora o contrato de gaveta possa servir como prova da posse, ele não substitui a regularização oficial. Para ter segurança jurídica, é essencial formalizar a operação conforme as exigências legais.

Riscos de Manter um Imóvel Irregular

Manter um imóvel com documentação irregular pode parecer, à primeira vista, uma forma de economizar tempo ou dinheiro. No entanto, essa escolha pode trazer consequências sérias, tanto no aspecto legal quanto financeiro. Abaixo, destacamos os principais riscos envolvidos.

Dificuldade de venda ou financiamento

Um dos problemas mais imediatos enfrentados por quem possui um imóvel irregular é a dificuldade para vender o bem. Compradores, especialmente aqueles que pretendem financiar o imóvel por meio de bancos, exigem que toda a documentação esteja em ordem. Sem matrícula atualizada, escritura registrada ou habite-se, a negociação praticamente se inviabiliza.

Além disso, imóveis com pendências legais não podem ser dados como garantia em financiamentos, o que limita significativamente seu valor de mercado e liquidez. Mesmo interessados que aceitam comprar esse tipo de imóvel tendem a oferecer valores abaixo do mercado, em razão do risco envolvido.

Impedimentos legais e tributários

Imóveis irregulares muitas vezes apresentam pendências com a prefeitura, como débitos de IPTU, taxas de coleta de lixo ou de obras não autorizadas. Essas dívidas, quando acumuladas, podem gerar multas, encargos e, em casos extremos, até leilão judicial do imóvel.

Além disso, a ausência de regularização impede o acesso a benefícios legais, como o uso do bem em partilhas, doações, inventários e processos sucessórios. A falta de conformidade com a legislação urbana e tributária também pode resultar em sanções administrativas, como embargo de obras ou demolição.

Riscos de perda da posse ou disputas judiciais

Outro risco relevante está relacionado à segurança da posse. Um imóvel sem documentação adequada pode ser objeto de disputa judicial, especialmente em casos de herança, dívidas do antigo proprietário ou conflitos com terceiros. Se alguém com documentação regular entrar com uma ação reivindicatória, o ocupante pode perder o imóvel, mesmo após anos de posse.

Além disso, em situações de contratos informais (como os de gaveta), o vendedor pode revender o imóvel a terceiros, ou herdeiros podem contestar a posse do comprador, criando longas disputas nos tribunais. Nesses casos, mesmo que o ocupante esteja morando no imóvel e pagando as despesas, ele corre o risco de perder o bem por não ter um título legal de propriedade.

Passo a Passo para Regularizar um Imóvel

A regularização de um imóvel com documentação irregular pode parecer um processo burocrático, mas é fundamental para garantir segurança jurídica, valor de mercado e tranquilidade para o proprietário. Abaixo, você confere um passo a passo detalhado para conduzir esse processo com mais clareza e eficiência.

Reunir toda a documentação existente

O primeiro passo é levantar toda a documentação que o proprietário possui, mesmo que incompleta. Isso pode incluir:

  • Contrato de compra e venda
  • Escritura (mesmo que não registrada)
  • Comprovantes de pagamento
  • Carnês de IPTU
  • Plantas ou croquis da construção
  • Documentos pessoais dos envolvidos

Esse material inicial servirá de base para identificar o tipo de irregularidade e definir os procedimentos necessários.

Consultar o Cartório de Registro de Imóveis

Com os documentos em mãos, é hora de ir ao Cartório de Registro de Imóveis da região onde o imóvel está localizado. Lá, você poderá:

  • Solicitar a matrícula atual do imóvel (caso exista)
  • Verificar se há algum ônus, penhora, alienação fiduciária ou informação divergente
  • Entender se o imóvel está devidamente registrado e em nome de quem

Essa consulta é essencial para verificar se há possibilidade de regularização direta ou se será necessário recorrer à via judicial ou extrajudicial.

Verificar débitos fiscais e regularização de IPTU

Na prefeitura municipal, é importante consultar a situação fiscal do imóvel. Verifique:

  • Débitos de IPTU acumulados
  • Multas ou infrações urbanísticas
  • Situação cadastral atual

É necessário quitar eventuais dívidas para que o processo de regularização possa avançar. Em alguns casos, é possível negociar ou parcelar os valores devidos.

Corrigir a situação junto à Prefeitura (habite-se, alvará, planta aprovada)

Se o imóvel foi construído ou reformado sem autorização, será preciso corrigir a situação urbanística. Isso inclui:

  • Solicitar o habite-se, se a construção foi concluída sem essa autorização
  • Regularizar o alvará de construção, se a obra começou sem aprovação
  • Apresentar ou atualizar a planta da edificação junto aos órgãos competentes

Essa etapa exige a contratação de um engenheiro ou arquiteto para elaboração e aprovação dos projetos técnicos.

Averbação de construção ou reformas

Após obter os documentos corretos da prefeitura, é hora de averbar as modificações no cartório. A averbação é o procedimento que inclui as construções ou reformas feitas na matrícula do imóvel. Sem ela, o cartório continua reconhecendo apenas o terreno ou a estrutura anterior.

Com a documentação técnica e legal aprovada pela prefeitura, é possível fazer essa atualização no Registro de Imóveis.

Obter a escritura pública (se aplicável)

Se o imóvel foi adquirido por meio de contrato de gaveta ou outro documento informal, será necessário lavrar a escritura pública de compra e venda em cartório. Esse é o documento legal que reconhece formalmente a transação entre as partes.

A escritura deve conter os dados do comprador, vendedor, valor do imóvel e características da propriedade, respeitando todas as exigências legais.

Registrar a propriedade em cartório

Por fim, a escritura pública deve ser registrada no Cartório de Registro de Imóveis. Somente com esse registro o comprador se torna, de fato, o proprietário legal do imóvel.

Esse é o passo mais importante de todo o processo, pois é o que confere validade jurídica plena ao imóvel e garante a segurança patrimonial.

Regularização de Imóvel Herança ou Espólio

Quando um imóvel pertence a uma pessoa falecida e ainda não foi transferido legalmente para os herdeiros, ele é considerado parte de um espólio. Regularizar esse tipo de imóvel exige atenção especial, pois envolve questões sucessórias, legais e familiares. A seguir, explicamos as etapas e soluções mais comuns para resolver essas situações.

Inventário judicial ou extrajudicial

O primeiro passo para regularizar um imóvel deixado como herança é realizar o inventário, processo pelo qual os bens da pessoa falecida são identificados e transferidos aos herdeiros.

Existem duas modalidades de inventário:

Inventário judicial: feito por meio de um processo na Justiça, obrigatório quando há menores de idade como herdeiros, desacordo entre as partes ou ausência de testamento válido. Pode ser mais demorado e burocrático.

Inventário extrajudicial: realizado em cartório, com muito mais agilidade, desde que todos os herdeiros sejam maiores, estejam de acordo entre si e que haja a presença de um advogado para acompanhar o ato.

Durante o inventário, o imóvel será avaliado, incluído na partilha e destinado a um ou mais herdeiros, de forma proporcional ou total, conforme definido no processo.

Formal de partilha e registro no cartório

Após a conclusão do inventário, é emitido o documento chamado formal de partilha (no caso de inventário judicial) ou escritura pública de inventário e partilha (no caso de inventário extrajudicial). Esse documento oficializa a divisão dos bens entre os herdeiros.

Com o formal de partilha em mãos, é necessário levá-lo ao Cartório de Registro de Imóveis para realizar o registro em nome dos herdeiros. Só a partir desse registro o imóvel deixa de pertencer ao espólio e passa a ter novos proprietários legalmente reconhecidos.

Esse passo é indispensável para que os herdeiros possam vender, financiar ou utilizar o imóvel como garantia. Enquanto o imóvel permanecer apenas em nome do falecido, ele estará legalmente irregular.

Soluções em caso de herdeiros ausentes ou falecidos

Situações com herdeiros ausentes, desaparecidos ou já falecidos tornam o processo mais complexo, mas não inviável. Algumas soluções possíveis são:

Curadoria judicial: o juiz pode nomear um curador para representar o herdeiro ausente, permitindo o andamento do inventário.

Sucessão de herdeiros falecidos: se um dos herdeiros também faleceu, será necessário abrir o inventário dele, para que seus próprios herdeiros (netos, cônjuge, etc.) recebam sua parte.

Citação por edital: se o paradeiro de um herdeiro for desconhecido, é possível publicar edital em jornal oficial, notificando-o legalmente. Se ele não responder, o processo pode prosseguir.

Esses casos exigem apoio jurídico especializado, especialmente quando envolvem múltiplas gerações ou imóveis com longa trajetória de ocupação informal.

Como Regularizar Imóvel Adquirido por Contrato de Gaveta

O contrato de gaveta é uma prática bastante comum no Brasil, especialmente em transações informais, mas que traz riscos significativos para quem compra ou vende um imóvel por esse meio. Entender as implicações desse tipo de contrato e as possíveis soluções legais é fundamental para quem deseja transformar a posse em propriedade regularizada.

Riscos desse tipo de contrato

O contrato de gaveta é um acordo informal de compra e venda, normalmente feito entre particulares, sem o devido registro em cartório. Apesar de ser assinado pelas partes, ele não tem valor legal perante terceiros e não garante a transferência oficial da propriedade.

Entre os principais riscos desse tipo de contrato, destacam-se:

  • Insegurança jurídica: o comprador não é reconhecido como proprietário oficialmente.
  • Impossibilidade de financiamento ou venda formal: o imóvel continua em nome do antigo dono, o que impede operações legais.
  • Risco de penhoras ou dívidas do vendedor: como o bem segue registrado em nome do antigo proprietário, pode ser atingido por débitos dele.
  • Problemas em caso de falecimento: herdeiros do vendedor podem contestar a posse do imóvel.

Soluções legais para regularização

Apesar dos riscos, é possível buscar a regularização de um imóvel adquirido por contrato de gaveta, desde que haja boa-fé, posse contínua e documentos que comprovem a transação.

As principais soluções são:

Escritura pública de compra e venda: se o vendedor ainda estiver vivo e concordar, as partes podem formalizar a venda em cartório, lavrando a escritura e posteriormente registrando-a no Cartório de Registro de Imóveis.

Ação judicial de adjudicação compulsória: caso o vendedor se recuse ou não possa mais assinar a escritura, o comprador pode ingressar com uma ação judicial para obrigar a transferência da propriedade, apresentando provas do pagamento e da posse.

Acordo entre herdeiros: se o vendedor faleceu, é possível negociar com os herdeiros a assinatura da escritura, após inventário e formal de partilha.

Usucapião como alternativa

Quando não é possível regularizar por via contratual ou judicial, o comprador pode recorrer à usucapião, um instrumento legal que permite adquirir a propriedade de um bem após determinado tempo de posse ininterrupta, mansa e pacífica.

As modalidades mais comuns aplicáveis a imóveis adquiridos por contrato de gaveta são:

Usucapião extraordinária: exige 15 anos de posse (ou 10 anos, com comprovação de residência e benfeitorias).

Usucapião especial urbana: exige 5 anos de posse em imóvel de até 250 m², desde que o possuidor não tenha outro imóvel e use o bem para moradia própria ou da família.

A usucapião pode ser feita judicialmente (via processo) ou extrajudicialmente (em cartório), desde que estejam presentes todos os requisitos legais e não haja oposição de terceiros.

Custo da Regularização: O que Esperar

Regularizar um imóvel com documentação irregular pode ser um processo complexo e, muitas vezes, custoso. O valor total da regularização depende de diversos fatores, incluindo o tipo de irregularidade, a situação do imóvel e os profissionais envolvidos. A seguir, explicamos os custos mais comuns que você pode esperar ao regularizar seu imóvel.

Taxas cartorárias

Uma das despesas mais comuns na regularização de imóveis é com as taxas cartorárias. Estas taxas variam de acordo com o estado e o tipo de serviço realizado, sendo cobradas pelos cartórios de registro de imóveis e outros órgãos responsáveis pelo processo de legalização.

Os principais custos com cartório podem incluir:

Registro de escritura pública de compra e venda: Esse é o custo pela oficialização da venda do imóvel. Os valores são tabelados e dependem do valor do imóvel.

Registro de formal de partilha: Caso o imóvel tenha sido adquirido por herança, será necessário registrar o formal de partilha, com custos baseados no valor do imóvel.

Averbação de construções ou reformas: Caso o imóvel tenha sido alterado sem a devida autorização, será necessário pagar pela averbação da construção ou reforma na matrícula do imóvel.

Essas taxas podem variar bastante, e é importante verificar diretamente com o cartório local o valor exato para o tipo de serviço que você precisará.

Custos com profissionais (advogados, engenheiros, despachantes)

A regularização de um imóvel pode envolver a contratação de diversos profissionais especializados, cujos custos devem ser levados em consideração. Entre os profissionais mais comuns estão:

Advogados especializados em direito imobiliário: Quando há complicações jurídicas, como imóveis com inventário pendente, problemas com herdeiros ou ações judiciais, é necessário contratar um advogado. Os custos podem variar de acordo com a complexidade do caso, mas, em geral, o valor é cobrado de forma fixa ou por hora.

Engenheiros ou arquitetos: Para regularizar construções não averbadas ou modificar o projeto original do imóvel, será necessário contratar um engenheiro ou arquiteto para elaborar a planta e acompanhar o processo de aprovação junto à prefeitura. O custo dependerá do tamanho e da complexidade do projeto.

Despachantes imobiliários: Em alguns casos, pode ser interessante contratar um despachante para cuidar da burocracia e do trâmite com cartórios e órgãos públicos. O custo desse serviço costuma ser mais acessível, mas depende da complexidade do processo.

O valor total com profissionais pode variar bastante, dependendo da situação do imóvel e da cidade onde você se encontra.

Possibilidade de parcelamento de dívidas ou isenções

Muitos proprietários de imóveis com documentação irregular enfrentam dívidas fiscais, como IPTU em atraso, taxas de regularização ou até mesmo multas por construções não averbadas. Nesse caso, é possível buscar parcelamento ou isenções em algumas situações.

Parcelamento de dívidas fiscais: A prefeitura ou outros órgãos públicos frequentemente oferecem parcelamento de dívidas relacionadas ao IPTU, taxas de regularização e outros tributos. O parcelamento pode ser vantajoso, pois permite quitar a dívida em parcelas mensais com juros mais baixos.

Isenção de taxas: Em algumas situações específicas, pode haver programas de isenção de taxas de regularização ou até descontos para pagamento à vista. Isso é mais comum em áreas de grande interesse de revitalização ou em programas de regularização fundiária promovidos por governos locais.

É importante consultar a prefeitura ou o órgão responsável para verificar as condições de parcelamento ou isenção disponíveis no seu caso.

Dicas Finais para Evitar Problemas Futuros

Regularizar um imóvel com documentação irregular é um passo importante para garantir a segurança jurídica e financeira de sua posse. No entanto, após regularizar seu imóvel, é essencial tomar algumas precauções para evitar novos problemas e complicações no futuro. A seguir, apresentamos algumas dicas importantes para que você possa se proteger e preservar sua propriedade.

Sempre exigir matrícula atualizada ao comprar

Ao adquirir um imóvel, exigir a matrícula atualizada é uma das medidas mais eficazes para evitar surpresas futuras. A matrícula é o documento oficial que comprova a existência e a situação legal de um imóvel, e ela deve refletir todas as alterações realizadas ao longo do tempo, como compras, vendas, reformas e averbações.

Antes de fechar qualquer negócio, verifique se a matrícula está atualizada e sem pendências. Caso contrário, o imóvel pode ter problemas legais e financeiros que dificultarão a transferência da propriedade. Sempre exija uma cópia recente do documento do cartório para garantir que o imóvel não possui dívidas ou outras irregularidades registradas.

Registrar a escritura o quanto antes

Após a assinatura de um contrato de compra e venda, é fundamental que a escritura pública seja registrada no Cartório de Registro de Imóveis o quanto antes. O registro da escritura é o que efetivamente transfere a propriedade do imóvel para o comprador, tornando-o legalmente reconhecido como proprietário.

Muitos proprietários deixam de registrar a escritura por desconhecimento ou procrastinação, mas essa ação é essencial para garantir a segurança jurídica da transação e evitar que o imóvel permaneça com pendências ou disputas judiciais. Não deixe para depois: registre a escritura assim que possível.

Consultar profissionais especializados

Em casos de imóveis com documentação irregular ou com situações legais mais complexas, a consulta a profissionais especializados é fundamental para evitar problemas futuros. Advogados, engenheiros, arquitetos e despachantes imobiliários podem oferecer a orientação necessária para resolver pendências, regularizar o imóvel e garantir que o processo seja conduzido de forma correta.

Além disso, esses profissionais podem ajudar a identificar possíveis riscos e fornecer soluções adequadas para que o imóvel esteja totalmente regularizado, evitando dores de cabeça em transações futuras ou situações legais complicadas.

Conclusão

A importância de ter o imóvel regularizado

Ter um imóvel regularizado é fundamental para garantir a segurança jurídica e tranquilidade em sua posse. A regularização não só protege os direitos do proprietário, como também evita complicações legais no futuro. Imóveis com documentação irregular podem resultar em perdas financeiras, problemas de herança, e até disputas judiciais. Ao garantir que sua propriedade esteja legalmente registrada, você elimina esses riscos e assegura que ela possa ser utilizada e transferida sem maiores problemas.

Incentivo à regularização para segurança e valorização

Além de proporcionar segurança, a regularização do imóvel tem um impacto direto na valorização do bem. Imóveis regularizados possuem mais demanda no mercado, seja para venda, aluguel ou financiamento. A valorização ocorre porque um imóvel regularizado transmite confiança aos compradores e investidores, além de garantir que o bem esteja de acordo com todas as exigências legais.

Portanto, a regularização é uma investimento inteligente que não apenas resolve questões jurídicas, mas também pode aumentar significativamente o valor do imóvel a longo prazo.

Como o blog pode continuar ajudando o leitor

Neste blog, nosso objetivo é fornecer informações confiáveis e úteis sobre o mercado imobiliário, com foco na regularização de imóveis e questões jurídicas. Continuaremos a trazer dicas, orientações e passo a passo para ajudá-lo em qualquer desafio relacionado a imóveis, seja na compra, venda ou regularização de propriedades. Se você tiver dúvidas ou precisar de mais informações sobre qualquer um dos temas tratados, não hesite em entrar em contato conosco. Estamos aqui para ajudar você a tomar decisões mais informadas e seguras no mercado imobiliário.

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